sexta-feira, março 09, 2018

8M em Ferrol, nada volverá a ser igual.


 


As queimadas do nordés
ártabras de Prior
subindo a Monteventoso
e baixando ate Valom.

As que subiamos Chamorro
a soterrar no solpor
aqueles corpinhos mortos
depois de pari-los nós.

As que no mil catrocentos
nom saímos a fuxir
e luitamos contra a peste
sem ter a quem acudir.

As que o lume vencemos
no século dezasseis
que levou trescentas casas
que houve que erguer outra vez.

As de cesta na cabeça
para o dique,
para a lenha,
para o leite,
para a roupa,
para o peixe e o carbom.

As que abalamos as pedras
a soar coma canhons
para espantar ao inglês
polos montes de Briom.

As que limpamos o sangue
de Antonia Alarcom
e a velamos varias noites
onde a tirania a deixou.

As que inspiramos justiça
na alma de Concepçom
e demos-lhe pegada forte
para abrir as prisons.

As que choramos a Amada
bicando o seu paredom
e aninhámavos cos olhos
ao filho que nos deixou.

As da Pisbe,
a Madereira,
soa a serea em Pinhom,
as de Hispania,
as do sal,
a comida em caldereta
soa o pito da Bazán,

As que saímos com Mela
aló no setenta e dous
para romper as algemas
cos punhos coma ferróns.

As que vemos o futuro
cheio de nubarróns,
e seguimos sendo ártabras
dende o abrente ao solpor.

……..

Somos as de Trasancos,
somos as de Ferrol.


Para todas as que hoje ateigachedes de alegría e luita as ruas de Ferrol.

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